Segundo momento
No Irani fomos recebidos por Vicente Telles. Nas imediações de sua casa está o Cemitério do Contestado, muito antigo, já existente no combate de 1912. O corpo do coronel paranaense João Gualberto, morto em combate, permaneceu ali alguns dias, até ser levado a Palmas-PR e de lá a Curitiba, onde ganhou sepultura definitiva. Existe registro oficial (Processo de Irani, Palmas, 1912) do sepultamente de caboclos combatentes no cemitério existente nos fundos de uma antiga igreja (a mesma em que o monge José Maria rezou uma missa “muito bem rezada”). A importância do local é evidente, tanto histórica como atual, visitado por familiares cujos antepassados estão enterrados ali.
Pois bem: ao longo de diversas viagens a Irani, fiz registros fotográficos desse cemitério. Os túmulos rodeados de dezenas de pés da popular iuca-mansa ou agulhão-de-adão, cientificamente conhecida por Yucca filamentosa L. (Família Liciaceae). Elas permanecem a maior parte do ano sem floração, mas quando chega o verão os cachos de flores brancas despontam. A cada Dia de Finados, 2 de novembro, elas estão no auge, exuberantes. Ocorre que uma recém-contratada pela Prefeitura Municipal, achou horríveis aquelas folhas pontudas e sem flores, determinando que fossem cortadas. Todas! Os túmulos foram mexidos e deixados como se fossem canteiros, prontos para receber mudas de alfaces. A sorte é que a Yucca filamentosa é teimosa e mantém brotos nas raízes. Eles vão crescer e as flores haverão de retornar a cada novo verão, se não no que se aproxima, no próximo certamente. As fotos mostram os diferentes momentos da presença da planta de raro cultivo no Cemitério do Contestado (Irani).
A diferença entre Bibliotecas e Livrarias
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As livrarias e bibliotecas possuem funções distintas que moldam o ambiente
e a experiência que oferecem.
Livrarias: Centros Comerciais da Leitura
A princ...
Há um mês
Celso, sua saga em busca da História do Contestado e seus personagens-sujeitos é de uma sensibilidade dos historidaores comprometidos com a memória, e me cativa. Desde quando fazia aulas na FAED, este tema estava à flor da pele, e agora disponibilizadas ao público estas preciosidades em forma de imagens e depoimentos. Fico parada olhando as fotografias - na época eram uma raridade, um acontecimento fazer-se fotografar - de homens, mulheres, crianças, e imagino que tinham sonhos, desejavam um mundo melhor, terra, respeito. E a flor do cemitério? Impressionante, eu não conhecia, parece algodão, lindas! O cemitério com túmulos cercados de táboas, cuidado, gramado - coisa da sensibilidade de quem não quer esquecer, de guarda da memória e da História.
ResponderExcluirParabéns, Celso!
Marlene de Fáveri (tua fã)