quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A religiosidade de São João Maria (7)

Festa de Santo Antão (7)














Cenas da 161ª Festa de Santa Antão (Santa Maria-RS).
Última postagem das festividades.
A série sobre a religiosidade de São João Maria prossegue.



Leituras

O profeta vive

Projeto de Pesquisa. O profeta não morreu - A presença do monge João Maria entre populações rurais catarinenses. Integrantes: Maria Amelia Schmidt Dickie e Tânia Welter (coordenadora).

"Este projeto trata da presença contemporânea do monge João Maria junto à diversas populações rurais (cafuzos, caboclos e colonos de origem), com pertença religiosa diversa e residentes no espaço catarinense onde ocorreu a Guerra do Contestado (1912-1916). Tomando a religiosidade como pano de fundo, o objetivo será buscar as referências ostensivas e não-ostensivas a João Maria para compreender a dinâmica de sua re-significação e descortinar o mundo que o engendra, ou é engendrado por ele. Para atingir este objetivo, se observará a presença de João Maria utilizando recursos da pesquisa qualitativa como entrevistas (especialmente a semi-estruturada), visita aos locais de devoção e participação em atividades ou eventos religiosos nas regiões de Fraiburgo (mais especificamente a localidade de Taquaruçu), Campos Novos (especialmente a Comunidade Invernada dos Negros e um assentamento do MST), Serra Catarinense e José Boiteux (Comunidade Cafuza)."


Texto de Tânia Welter (*)

"O projeta São João Maria continua encantado no meio do povo" - Um estudo sobre os discursos contemporâneos a respeito de João Maria em Santa Catarina. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de doutor em Antropologia Social, sob orientação da Professora Doutora Maria Amélia Schmidt Dickie. Florianópolis, 2007.


(*) A professora Tânia Welter é doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (2007), com estágio doutoral na Universidade Nova de Lisboa (Portugal, 2005/2006). Possui licenciatura em Ciências Sociais (UFSC, 1988), especialização em Educação Sexual (Udesc, 1997) e Mestrado em Antropologia Social (UFSC, 1999). Tem experiência no Ensino Superior e interesse em Religião, João Maria, Campesinato, Antropologia, Sociologia e Educação. (Fonte: Lattes)


Religiosidade no sul do Brasil

Nos caminhos do Santo Monge: religião, sociabilidade e lutas sociais no sul do Brasil
Cesar Hamilton Brito Goes

"Esta tese trata da formação religiosa dos grupos populares no Sul do Brasil, em especial dos caboclos. Essa religiosidade está baseada em uma crença popular específica, que trata dos poderes de um andarilho que fez sua fama no século XIX entre os Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Outros andarilhos surgiram neste espaço até os anos 30 do século XX, e as narrativas de cada um deles fundiram-se em torno de um personagem, hoje cultuado como um santo, conhecido como Santo Monge ou São João Maria. Ao estudar a crença, demonstrase como a religião, neste caso, articulou-se às concepções de natureza e cultura desses grupos para configurar, nos termos de Elias [Norberto Elias], recursos e estratégias em torno do processo de modernização. Reconstruindo os personagens reconhecidos entre as populações que vivem no sul do Brasil como monges, em especial àqueles evocados como o Santo Monge ou São João Maria, a tese apresenta a formação religiosa de uma tradição que fora dos cânones institucionais do Catolicismo, forjou-se como uma religião. Demonstra que a partir dela os seus membros estabelecem relações que resultam na permanência dos valores que estruturam a sua sociabilidade. Demonstra também que nas relações em que se constata o fim da devoção, finda um formato específico de reprodução social e de identidade dos grupos. Dessa forma, defende-se aqui que esta religião, além das especificidades que a caracteriza, ocupa centralidade nas estratégias de sociabilidade no contexto de seus devotos". Íntegra.


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