(1912-1916). Fonte das fotos: MORETTTI, 2008*
Muito da memória visual do Contestado se deve a um fotógrafo – pouco citado quando suas imagens são publicadas: Claro Gustavo Jansson. Sueco de Hedemora, na província de Dalarna, nasceu em 5 de abril de 1877 com o nome de Klas Gustav, ganhou recentemente um perfil escrito por sua filha Dorothy Jansson Moretti, onde sua trajetória como fotógrafo ganha dimensão.
Viveu na cidade natal até os 12 anos, mudando-se com a família para a cidade portuária de Sudsval, ao norte de Estocolmo. Pouco depois toda a família imigrou: o pai, André, a madrasta Ana Cristina, e seis meninos. Anna, a filha mais velha, permaneceu na Suécia. No Brasil os Jansson se dedicaram ao cultivo de uvas e bananas. Em 1893, já com o nome abrasileirado para Claro, o futuro fotógrafo residia na cidade da Lapa-PR, quando ocorreram os episódios da Revolução Federalista.
Algum tempo depois já estava em União da Vitória-PR/Porto União-SC, atuando em serrarias e olarias, e onde foi capataz de turma na extração de erva mate no Brasil, Argentina e Paraguai. Foi quando se aproximou da fotografia. Casado pela primeira vez em 1898 com Benedita Mattozo, ficou viúvo e tornou a se casar com Eleonora Deflon, também sueca (1910). Durante todo o ano de 1912, residiu em Barracón (hoje Bernardo Irigoyen), retornando a Porto União-SC/União da Vitória-PR na véspera do início do Contestado.
Após adquirir “excelentes aparelhos fotográficos” passou a se dedicar ao ramo. Era “meticuloso e sistemático”, assegura Dorothy, procurando se manter “atualizado, adquirindo os melhores materiais e as mais modernas máquinas fotográficas que surgem”. Entre as fotos famosas, está a do coronel João Gualberto em sua passagem por Porto União rumo ao Irani – seria a última. Contratado pela Serraria Lumber, fez um excelente ensaio das instalações da empresa em Três Barras-SC, para onde se mudou com a família, sendo também delegado e juiz de paz.
Claro se manteve profundamente ligado a Lumber. Nas greves de 1919 e 1926, serviu como intermediário com os operários poloneses, alemães, espanhóis suecos e outros, cujos idiomas que dominava. Além disso, era o comprador de erva mate para a Lumber e encontrava tempo para administrar sua fábrica de refrigerantes e o cinema da cidade. Ao fazer a cobertura de uma filial da Lumber em Itararé-SP, se afeiçoou à cidade, para onde acabou se mudando com a família em 1928. Foi ali que ele fez uma foto famosa da passagem de Getúlio Vargas em 1930, rumo ao poder no Rio de Janeiro. Também cobriu eventos e combates da revolução de 1932.
“Homem de invulgar cultura geral”, assinala a filha, se envolveu com a educação, tendo registrado até 1953 os principais momentos de Itararé. “Um prefeito inaugurava uma escola... lá estava ‘Seu’ Jansson com a sua famosa câmera. Os desfiles e as festas cívicas daqueles anos foram todos registrados por ele”. Faleceu no dia 10 de março de 1954, sendo sepultado em Curitiba, onde residia a maioria dos filhos.
Recentemente, o acervo de Claro foi restaurado por iniciativa da Agfa e reunido no livro Claro Jansson, O fotógrafo viajante (Editora Dialeto Latin American Documentary. Textos de Vito D'Alessios).
* MORETTI, Dorothy Jansson. Alguns instantâneos da vida de Claro Gustavo Jansson. In ESPIG, Márcia Janete; ACHADO, Paulo Pinheiro (ORG). A Guerra Santa revisitada: novos estudos sobre o movimento do Contestado. Florianópolis: EdUFSC, 2008.
Viveu na cidade natal até os 12 anos, mudando-se com a família para a cidade portuária de Sudsval, ao norte de Estocolmo. Pouco depois toda a família imigrou: o pai, André, a madrasta Ana Cristina, e seis meninos. Anna, a filha mais velha, permaneceu na Suécia. No Brasil os Jansson se dedicaram ao cultivo de uvas e bananas. Em 1893, já com o nome abrasileirado para Claro, o futuro fotógrafo residia na cidade da Lapa-PR, quando ocorreram os episódios da Revolução Federalista.
Algum tempo depois já estava em União da Vitória-PR/Porto União-SC, atuando em serrarias e olarias, e onde foi capataz de turma na extração de erva mate no Brasil, Argentina e Paraguai. Foi quando se aproximou da fotografia. Casado pela primeira vez em 1898 com Benedita Mattozo, ficou viúvo e tornou a se casar com Eleonora Deflon, também sueca (1910). Durante todo o ano de 1912, residiu em Barracón (hoje Bernardo Irigoyen), retornando a Porto União-SC/União da Vitória-PR na véspera do início do Contestado.
Após adquirir “excelentes aparelhos fotográficos” passou a se dedicar ao ramo. Era “meticuloso e sistemático”, assegura Dorothy, procurando se manter “atualizado, adquirindo os melhores materiais e as mais modernas máquinas fotográficas que surgem”. Entre as fotos famosas, está a do coronel João Gualberto em sua passagem por Porto União rumo ao Irani – seria a última. Contratado pela Serraria Lumber, fez um excelente ensaio das instalações da empresa em Três Barras-SC, para onde se mudou com a família, sendo também delegado e juiz de paz.
Claro se manteve profundamente ligado a Lumber. Nas greves de 1919 e 1926, serviu como intermediário com os operários poloneses, alemães, espanhóis suecos e outros, cujos idiomas que dominava. Além disso, era o comprador de erva mate para a Lumber e encontrava tempo para administrar sua fábrica de refrigerantes e o cinema da cidade. Ao fazer a cobertura de uma filial da Lumber em Itararé-SP, se afeiçoou à cidade, para onde acabou se mudando com a família em 1928. Foi ali que ele fez uma foto famosa da passagem de Getúlio Vargas em 1930, rumo ao poder no Rio de Janeiro. Também cobriu eventos e combates da revolução de 1932.
“Homem de invulgar cultura geral”, assinala a filha, se envolveu com a educação, tendo registrado até 1953 os principais momentos de Itararé. “Um prefeito inaugurava uma escola... lá estava ‘Seu’ Jansson com a sua famosa câmera. Os desfiles e as festas cívicas daqueles anos foram todos registrados por ele”. Faleceu no dia 10 de março de 1954, sendo sepultado em Curitiba, onde residia a maioria dos filhos.
Recentemente, o acervo de Claro foi restaurado por iniciativa da Agfa e reunido no livro Claro Jansson, O fotógrafo viajante (Editora Dialeto Latin American Documentary. Textos de Vito D'Alessios).
* MORETTI, Dorothy Jansson. Alguns instantâneos da vida de Claro Gustavo Jansson. In ESPIG, Márcia Janete; ACHADO, Paulo Pinheiro (ORG). A Guerra Santa revisitada: novos estudos sobre o movimento do Contestado. Florianópolis: EdUFSC, 2008.
Nossa foi com muita emoção que li este relato sobre o Sr Jansson ,no qual muito ouvir falar atraves dos meus pais filhos de Itarare,e meu pai trabalhou na Lumber sendo que acredito muitas fotos foram tiradas quem sabe ate pelo Sr Jansson.....
ResponderExcluirGostaria de saber se existe algum acervo sobre a Lumber ,pois queria poder contribuir no resgate desta historia sendo que possuo ate a carteiraprofissional do meu pai com registro na mesma !!!
Maria das Graças Cleto
Sorocaba/SP
pensarfazbem@gmail.com
Oi, acesse o meu blog:www.lumbertresbarras.blogspot.com
ExcluirSou de Três Barras.Aqui também foi publicado um livro que fala na Lumber.
Emocionado, vi minha mãe com o livro nas mãos mostrando-me a cidade em que viveu, Três Barras, fotos da serraria Lumber onde meu avô trabalhou na segurança. Ricardo Joaquim Tavares era o nome dele.
ResponderExcluirLuiz Carlos Tavares Lopes
Porto Alegre/RS
arroiobud@hotmail.com
O acervo de Claro Jansson está sob os cuidados de sua neta, Jandira Jansson, em Itararé (SP). O filho de Jandira, Gustavo Adolpho Jansson Neto, trabalha no escritório, no telefone (15) 3532-2105
ResponderExcluirSendo neto do fotógrafo, agradeço as manifestações positivas postadas neste site sobre o trabalho do mesmo !
ResponderExcluirPAULO MORETTI JR.
SOROCABA - SP
paulomoretti@uol.com.br
Parabéns a familia Jansson. Qualquer busca por documentos, fotos ou depoimenos, sobre o assunto, irá encontrar a contribuicão do Sr. Claro Jansson.
ResponderExcluirParabéns.
Neri - Lages SC - hsx@zipmail.com.br
comecei minha especialização em fotografia esse mês, e pretendo estudar mais e descobrir mais coisas sobre Claro Jansson, pois além de ser um prazer, meu trabalho em uma das matérias do curso, também irei descobrir mais coisas sobre meus antepassados, já que as familias eram bem próximas...
ResponderExcluirAron Gustavo Rodrigues de Mello ( Neto de Célia Athayde e bisneto de Durval Athaide - Jaguariaíva - PR)
Aron Mello - a28mmfotografia@yahoo.com.br
ResponderExcluirProcurando dados sobre a serraria da Lumber em Itararé (minha estréia como Professor Primário foi nesse Bairro em fevereiro de 1970) encontro esta maravilha:FRAGMENTOS DO TEMPO com informações preciosas e saudosas do grande CLARO JANSSON !
ResponderExcluirSou amigo dessa família adorável, inclusive (cantamos todos no Coral Santa Cecília de Itararé-Riversul, na década de 90)e por isso fico muito feliz ao ver esta matéria!
Aristeu Adão Duarte - Itararé -SP
Já li e vi as fotos do fotografo Claro Jansson. Meu bisavô Carlos Jansson era irmão do fotografo Claro Jansson. Silvio Luiz Curitiba Pr
ResponderExcluirTenho a grande satisfação de poder dizer que sou um Jansson e que de alguma forma segui os passos de Claro Jansson. Hoje sou jornalista e por várias vezes documentei fatos da nossa sociedade, mas nunca com a mesma profundidade do grande pioneiro do fotojornalismo no Brasil. Assim como você, Silvio, sou bisneto de Carlos Jansson e neto de Alvaro Jansson. Um grande abraço a todos os membros desta maravilhosa família e amigos.
ResponderExcluirMarcos Jansson - Curitiba-PR (marcosrfjansson@hotmail.com)
Claro Janson morou algum tempo aqui em Três Barras, onde teria fotografado muitas coisas da Lumber.Foi um grande pioneiro no sertão do Contestado.Pessoa ativa e de visão.Um grande talento.
ResponderExcluirEu não conhecia muito,fui pesquisar e me deu muito orgulho do nosso sobrenome
ResponderExcluirJansson! Sou do Paraná.tenho foto dele