quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

José Fabrício das Neves (25)

Túmulo de José Maria (Irani-SC, 23.8.2008)


Por dentro do entrevero do Irani

Nascido no final do século 19, José Pinheiro dos Santos estava com 14 anos de idade quando participou do Combate de 22 de outubro de 1912 no Irani. Ele foi levado a Palmas-PR para prestar depoimento no inquérito presidido pelo comissário Nacimento Sobrinho, que acompanhara o coronel João Gualberto até os instantes finais do entrevero. Solteiro, lavrador, filho de Manoel Pinheiro Bandeira e de Maria Carolina dos Santos, natural do Jacutinga (possivelmente no município de Catanduvas-SC), onde residia, não sabendo ler nem escrever. Foi ouvido no dia 12 de novembro de 1912.

Disse que estava em casa em outubro de 1912 quando chegou um grupo em sua casa, convidando seu pai a ir ver o monge. Entre eles estava seu irmão Manoel Pinheiro, acompanhado de Jacintho Ferreira, Poli Leopoldino, Sebastião Vicente e João Veneranda. Seguiram rumo ao Banhado Grande, chegando no dia seguinte à casa de Miguel Fabrício das Neves. Era ali que estava o acampamento de José Maria, ao qual José Pinheiro foi apresentado. O monge chegou a comentar que ele ficaria a seu lado, mas que não precisaria entrar em combate.

Pouco depois, João Veneranda se aproximou e lhe entregou uma pistola, “dizendo que aquela arma era para o respondente utilizar-se dela na ocasião do combate”. No dia seguinte o menor teria sido pressionado por Poli e Jacintho, “que em nome do Monge obrigaram o respondente a fazer parte do grupo que pela manhã daria combate contra as forças do Governo”.

Tendo sido “ameaçado de morte”, conforme alegou, o menor se reuniu a uma força composta de cinqüenta e cinco homens, capitaneados por José Fabrício das Neves, “os quais permaneceram no mato, tendo José Maria, o Monge, acompanhado de quarenta e cinco homens, seguido na frente”. José Fabrício e seu pessoal cobriam a retaguarda. Ao se aproximarem do lugar denominado Banhado Grande, apareceu uma força do Governo, próximo à casa de Bento Quitério.

O efetivo da Força Pública estava “estendida em linha, e o Monge deu ordens de avançar”, seguindo-se “renhido tiroteio”. O menor estava a cerca de cem metros do local do combate e viu seu irmão Manoel cair morto, assim como Manoel Borges e “a tia do respondente de nome Maria Francisca, que também fazia parte do grupo do Monge”.

Na ocasião disparou sua pistola de dois canos contra as forças do Governo, pois Jacintho Ferreira, João Veneranda e um Lourenço “disseram que caso não atirasse o matariam”. Jacintho recarregou a arma do menor e “durante o entrevero ele puxou a faca que tinha, após haver descarregado a pistola”. Essa faca lhe foi tirada das mãos por “Manoel de Nhá Borja, ao que o menor apanhou um facão de pau que estava seu lado, e com este tomou parte do entrevero, ao lado de Lourenço que estava no grupo do Monge”.

Com esse facão ele conseguiu “ferir alguns soldados da Polícia, recordando-se bem haver dado um pontaço em um soldado, de estatura baixa, trigueiro, pouco bigode e barba feita, que o feriu na virilha”. Ele viu “José Fabrício brigar muito, assim como viu o Monge de espada em punho brigar com um soldado que estava fazendo fogo sobre a metralhadora”. O menor não esperou que a luta terminasse: escapou em companhia de Jacintho Ferreira, João Veneranda, Sebastião Vicente e Poli Leopoldino “em direção a sua casa que fica na costa do rio do Peixe”.

Que sua tia chamada Maria Francisca, “que se achava no combate ao lado do Monge, acompanhava este desde Capinzal, e sofria das faculdades mentais na ocasião do combate, as próprias pessoas do Monge a mataram, dando um balaço na cabeça e [uma pontada de lança] embaixo do braço, cujo cadáver foi conduzido dali para a casa de Miguel Fabrício afim de dar sepultura”, conforme lhe contara depois Firmino Sapateiro.

Após o combate o menor foi para sua casa, a cerca de 30 quilômetros do Banhado Grande. Ao chegar, sua mãe, Maria Carolina dos Santos, disse que voltasse ao local de combate para dar sepultura a seu irmão Manoel. Acompanhado de Estanislau Borges, o menor retornou ao Banhado Grande, onde “cortaram dois paus e a ele ligaram o cadáver de seu irmão, com cordas de couro, e o conduziram para a casa de Miguel Fabrício, e daí o sepultaram no Cemitério que fica nas proximidades da mesma casa”.

No depoimento o menor informou que “sobre um capão estava Sebastião [...] caído sobre um pau, gemendo muito, com dois ferimentos, um no ventre e outro no quarto, tendo este pedido ao respondente que pedisse a sua família que viesse buscá-lo dali, pois estava sofrendo muito e não podia caminhar”. José Pinheiro mandou um recado à família de Sebastião, “por Armando de Tal”. Mais tarde soube que Sebastião fora transportado “para a casa de sua família, onde faleceu, em conseqüência dos ferimentos recebidos”.

No local do combate ele encontrou quatro cadáveres, “sendo três vestidos a paisana e uma praça que tinha umas fitas encarnadas no braço, usando [...] um grande ferimento na cabeça e se achava sobre o morro”. Próximo encontrou o irmão Manoel. “Passou revista nos bolsos, de onde tirou um relógio e algum dinheiro, isto é cinqüenta mil réis, em diversas notas, levando também desse lugar um chapéu marrom”. Depois disso, se retirou com os companheiros e foi para sua casa, mas pernoitou na casa de Maria Borges, “de onde seguiram no dia seguinte para suas casas”.

Firmino Sapateiro lhe contou que José Fabrício “tinha levado consigo todo o dinheiro que o Monge tinha em seu poder”. Na ocasião do combate ele, respondente, “viu ao lado do Monge e brigando contra as forças do Governo os indivíduos, Estanislau Borges, primo do respondente, Manoel Alves, irmão do respondente, João Bandeira, Joaquim Bello, Bento Quitério e um filho, cujo nome ignora”.

Terminado o combate, encontrara no mato “um oficial da Polícia que apresentava dois ferimentos, sendo um nas costas e outro no rosto, tendo este pedido a Pedro que o levasse na casa de Manoel Isack, no Caçadorzinho, prometendo-lhe pagamento, no caso Pedro lhe fizesse esse favor [...], o que não foi feito devido ter Pedro pedido o pagamento adiantado; que nesta ocasião Pedro, de lança em punho, ameaçando ao oficial, tirou do bolso deste um relógio e cinqüenta mil réis em dinheiro, deixando o oficial no mesmo lugar, encostado sobre uma pedra, dizendo que não o tirava dali, sem que o mesmo não o pagasse adiantadamente, pois eles soldados eram muito velhacos e não tinham palavra”.

O depoimento é rico em detalhes. Um Lourenço de Tal, por exemplo, morador da localidade de Duas Casas, “e que tinha estado no combate ao lado do Monge, contou ao respondente que no combate matou três pessoas, a facão; que o respondente sabe, por lhe contar José [Xallico?] que o negociante João Roza, tinha arrecadado armamento e munição que tinha ficado no lugar do combate, pertencente ao Governo, levando tudo para sua casa, no Faxinal dos Fabrícios”. E mais: “[...] Sebastião Lageano, que estava no combate ao lado do Monge, levara, também, consigo, Winchesters, e que Venâncio, irmão de Sebastião Lageano também levara um revólver, que encontrou no lugar do combate”[...].

O depoimento estava sendo dado por encerrado, quando José acrescentou outras informações. Disse que “Miguel Fragoso tomou parte no combate; isto sabe por que o viu na ocasião do mesmo combate, brigando; assim como José Fabrício e Miguel Fabrício; que sabe por ter-lhe dito Firmino Sapateiro que Miguel Fragoso foi quem levou o dinheiro do Coronel João Gualberto; que o dinheiro tirado por Fragoso consistiu em libras, digo, em três esterlinas e mais dinheiro em papel, cujo dinheiro ficou em poder de José Fabrício”.

Sob forte pressão e vivendo momentos inéditos em sua vida, o menor abriu o jogo. “Que não afirma ter visto Miguel Fragoso no combate, pois não recorda de tê-lo visto no mesmo combate; que Firmino Sapateiro recomendou a ele respondente que quando fosse perguntado sobre o combate, contasse que Miguel Fragoso tinha tomado parte saliente do combate, ao lado do Monge, recomendando-lhe também que não fizesse referências ao pessoal dele Firmino Sapateiro [mas] a seu cunhado Guilherme que faleceu, em conseqüência dos ferimentos recebidos em combate, onde esteve ao lado do Monge”.

Disse que “Guilherme morava em terrenos de propriedade de Nhá Borja, digo, de Nhá Maria Borja, no lugar denominado Pingador”. Orientara-o que nada revelasse sobre “a pessoa de seu camarada João de Tal, que também esteve no combate; que Jacintho Ferreira e João Veneranda aconselharam a ele respondente a que não contasse que eles tomaram parte do combate; que sabe que Firmino Sapateiro não gosta de Miguel Fragoso e que por isso [...] ao respondente para que afirmasse [...] ter Miguel Fragoso tomando parte do combate, contra as forças Estaduais”.

Por fim, acrescentou que “Joaquim Bello e um filho deste de nome João Bello, contaram ao depoente, pois ambos tomaram parte ao lado do Monge, que viu José Fabrício desfechar dois tiros sobre o comandante, prostrando-o por terra e em seguida Venâncio Preto, irmão de Sebastião [Lageano] dar uma facada no mesmo, dando mais um grande golpe na cabeça, que o acabou de matar e imediatamente Venâncio sacou da mão do Coronel João Gualberto, que então já era cadáver, o revólver com que estava armado, tendo José Fabrício e um seu camarada de nome Trezentino [levado] a bolsa ou o bocó que o comandante trazia consigo, e como não o pudessem abrir cortaram-na com um canivete tudo quanto a mesma continha, inclusive dinheiro, [...] atirando-se depois no mato; que viu Sebastião Preto levando do local do combate uma espada, uma bota e um bonet para um seu filho, além da Winchester, levando também um cavalo picaço com a marca oitenta e nove (89) cujo cavalo negociou com o respondente e se acha em poder dele respodente que ficou de fazer um alqueire de roçada em pagamento do dito cavalo”.

Como o menor não sabia ler ou escrever, assinou “a rogo do interrogado” o cidadão Vicente Lapositi. “Leônidas César de Oliveira (escrivão ad-doc); o Comissário Domingos Nascimento Sobrinho (que conduz o inquérito)”. (Processo do Irani, fls 100-104)


“José Fabrício mandou fazer fogo”

Por algum motivo, o mesmo menor, José Pinheiro dos Santos, foi ouvido pela segunda vez no inquérito, mas indicado como sendo José Pacheco dos Santos (filho do mesmo Manoel Pinheiro Bandeira, “falecido”, e de Maria Carolina dos Santos, com os mesmos 14 anos de idade). Nesse segundo depoimento, obtido pelas autoridades policiais no dia seguinte (13 de novembro de 1912), ele faz outras revelações.

Em “dias do mês de outubro” ele estava em casa com sua mãe quando chegou Jacintho Ferreira, dizendo que tinha ido busca-lo “para brigar a favor do Monge, que estando com o Monge não tinha mais perigo”. O menor alegou que não iria, pois seu irmão, Manoel, “já estava com o Monge”. Jacintho saiu dizendo que ia arranjar mais alguém e retornou acompanhado de João Veneranda, que se dirigiu a dona Maria Carolina dizendo que “era preciso que este fosse, disse ele que se não fosse por bem ia por mal”.

Com “medo”, o menor seguiu os dois, indo dormir na residência de Maria Borges ou Borja. Ela garantiu aos três que “o Monge vencia a batlha”. Segundo o depoimento, José Maria teria presenteado Maria Borges com velas, recomendando que elas fossem acessas ao começar a batalha. Se elas se apagassem ele perderia. Enquanto permaneceu na residência de dona Maria, o menor observou a chegada de “trinta homens vindos de Catanduvas”, entre eles Joaquim Bello, Venâncio Lageano e seu irmão Sebastião Preto. Na manhã seguinte eles seguiram para o Banhado Grande. No caminho se incorporaram Poli Vicente e seu irmão Sebastião Vicente.

Chegaram no acampamento de José Maria por volta das 8 horas e se apresentaram ao monge, recebendo ordens que “fossem almoçar e depois do almoço fosse ele respondente, Jacintho Ferreira e João Veneranda, a beira do campo, também para ver se não vinham forças do Governo”. Feita a refeição, se dirigiram ao local indicado onde já estavam um Lourenço e João Vermelho no trabalho de guarda (bombeiro). Enquanto o menor permaneceu no local fazendo café, acompanhado de Jacintho Ferreira, Lourenço e João Vermelho saíram para inspecionar as imediações, retornando ao anoitecer.

Todos pernoitaram no local e no dia seguinte retornaram ao acampamento, informando a José Maria que a força do Governo não havia aparecido. Todos passaram o dia no acampamento. No final da tarde, junto com Lourenço e João Vemelho, seguiram novamente para “bombearem a entrada da picada”. No dia seguinte, por volta do meio-dia, estavam de volta ao acampamento informando terem visto as forças “descendo meia canhada do campo perto da casa de Isack”.

Na ocasião, José Maria comentou numa roda de conserva que Domingos Soares havia de aparecer naquele mesmo dia para tratar da paz. O tema dominou as discussões que se seguiram. José Fabrício das Neves, que estava presente, disse que “de jeito nenhum aceitava a paz, que queria era pelear”. Nesse momento “o Monge declarou a todos que em vista disso o combate era no dia seguinte”. Em seguida José Maria seguiu com “quase todo o povo dele, uns a pé e outros a cavalo” na direção do campo, retornando por volta das 3 horas da madrugada de 22 de outubro de 1912.

Antes de ir descansar, José Maria “disse ao povo que as forças do Governo estavam na entrada do mato, mas, que não tivessem medo porque quando o comandante da força gritasse ‘fogo’ os feches das armas dos soldados caíam no chão e que aí era só matar a facão”. Estava amanhecendo quando os “bombeiros” Sebastião Preto e seu irmão Venâncio chegaram ao acampamento, “contando ao Monge que as forças do Governo estavam entrando no mato”.

Foi nesse momento que José Maria mandou “encilhar os cavalos que estavam a cabestro e se preparassem para brigar”. José Fabrício das Neves”e mais uns quantos, uns a cavalo e outros a pé, inclusive o respondente, vieram na frente, enquanto o Monge e o resto do pessoal ficaram [...] se aprontando”. Quando o grupo liderado por José Fabrício chegou num alto, perto do Banhado Grande, “avistaram a força do Governo, sendo que as praças montadas estavam ao lado de uma casa, e as praças de pé estavam um pouco retiradas da cavalaria”.

Segundo o menor, “imediatamente José Fabrício mandou fazer fogo contra a cavalaria e que então as forças do Governo estenderam linha e ele respondente ouviu por várias vezes gritarem: ‘Fogo’”. Em seguida chegou José Maria “com o resto do pessoal, e descendo uma meia lua uniu-se às forças sob o comando [...] do Governo e começou a briga a facão”. O entrevero havia começado. O menor estava armado com uma pistola de dois canos e um “facão de madeira (cubatões), de cujas armas fez uso na mesma briga”.

Terminado o entrevero, o menor “acompanhou uma turma capitaneada por José Felisberto” (José Alves Perão), quando dois oficiais do Regimento de Segurança do Paraná foram encontram e cujos detalhes veremos mais a frente. (Processo do Irani, fls 108-111)


Um trago após o combate

João Antônio da Roza estava com 44 anos de idade, era casado com uma filha de Miguel Fabrício das Neves, onde o monge José Maria estava acampado com seus homens, no chamado Faxinal dos Fabrícios, onde residia. Sendo “negociante”, nascido no Rio Grande do Sul, sabendo ler e escrever, ele prestou seu depoimento perante o juiz de Direito Júlio Abelardo Teixeira em Palmas-PR, no dia 29 de abril de 1913.

Ele estava acordado no final da madrugada do dia 22 de outubro de 1912, quando passou “pela frente a casa do depoente um grupo de cavalheiros vindo na frente montado em um cavalo branco o Monge José Maria que ia abanando uma espada”. Estava acompanhado por 80 a 100 homens, “tendo mais gente adiante”. Pouco depois ouviu descargas de tiros vindas do Banhado Grande.

Disse que na manhã seguinte, dia 23 de outubro de 1912, seguiu a Palmas com o objetivo de informar as autoridades do ocorrido, tendo passado pelo local do combate. Localizou 17 cadáveres, entre eles o do coronel João Gualberto, “que achava-se fardado em um uniforme amarelo e o célebre Monge que achava-se para dentro de uma cerca”.

A determinada altura, o promotor que acompanhava o depoimento, pediu que ele relacionasse as pessoas aliadas de José Maria no combate. Disse saber por ter ouvido dizer que José Fabrício das Neves, José Alves Perão (José Felisberto) e Praxedes Gomes Damasceno “e outros cujos nomes ignora, tomaram parte no combate ao lado do Monge”. (Processo do Irani, fls 240-242)

Cabe destacar que na fase do inquérito, quando foi ouvido no dia 31 de outubro de 1912, o comerciante também fora cuidadoso nas palavras. Dissera que “no Irani parte do povo [com poucas exceções] correram em procura do monge e prontificaram-se ao lado deste”, indicando os nomes de José Fabrício, seu genro Miguel Fabrício das Neves, Miguel Fragoso, José Alves Perão (José Felisberto), um com sobrenome Farias e “um moço quase negro, filho de Maria Borges, cujo nome ignora”. No dia do combate, Miguel Fabrício e Miguel Fragoso “abandonaram o Monge”, mas “até esta data [do combate] se achavam todos juntos ao Monge”. Fragoso, na ocasião, sendo convidado por José Maria para “bater as forças do Governo”, teria sido “contrário a esse banditismo”.

Mesmo não sendo “adepto do Monge”, era ele quem fornecia os gêneros aos que acompanhavam José Maria. Na tarde do dia 21 de outubro de 1912, véspera do combate, vendeu a “alguns jagunços” calçados e garrafas de cachaça. Desse modo, ficava sabendo do dia-a-dia no acampamento. Todas as noites, por exemplo, José Maria destacava um piquete para guarnecer “a entrada do mato que fica pouco distante”.

Poucos minutos após o tiroteio no Banhado Grande na manhã de 22 de outubro de 1912, José Fabrício das Neves chegara em seu armazém dizendo que “tinha havido um grande combate com as forças do Governo”. Depois pediu “um trago de cachaça” e se retirou “com o resto do pessoal, seguindo em direção ao Jacutinga onde mora”. Na ocasião, não soube dizer se o sogro Miguel Fabrício e o coronel Miguel Fragoso “tomaram ou não parte do combate”. Depois do entrevero “passaram na frente da casa do depoente diversos indivíduos das forças do monge”, mas não reconheceu nenhum, e não soube precisar de haviam ou não combatido.

No dia 23, antes de sair de casa para ir a Palmas informar as autoridades, fora surpreendido com a visita da “mulher de João Gualberto”. É o único momento do Processo em que essa informação aparece. Não li essa referência em nenhuma outra fonte. (Processo do Irani, fls 43-46)

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